Gostaria de começar este texto destacando a importância de reconhecer os desafios enfrentados pelas mulheres lésbicas em nossa sociedade e compreender como isso afeta seu bem-estar psicológico.

A invalidação da identidade e dos relacionamentos pode ser observada em situações familiares ou sociais onde a orientação sexual é ignorada. Por exemplo, imagine uma mulher lésbica que decide apresentar sua namorada em um evento familiar. Ao invés de receber aceitação por seu relacionamento, ela é submetida a comentários desdenhosos que minimizam a validade daquela relação. Familiares podem recusar-se a reconhecer a namorada como parte da família, deixando de convidá-la para eventos familiares ou excluindo-a de conversas e atividades em grupo. Essa invalidação constante pode gerar sentimentos de isolamento, inadequação e até mesmo degradação da autoestima, criando barreiras emocionais significativas para a mulher lésbica em sua busca por uma vida mais satisfatória.

Comentários como "Ah, você é lésbica? Mas você não parece! Deve ser só uma fase ou você ainda não encontrou o homem certo." desconsideram a identidade da pessoa, sugerindo que sua sexualidade não é válida. Essas experiências podem fazer com que a mulher se sinta despersonalizada, como se sua identidade não fosse reconhecida ou respeitada, comprometendo sua autoimagem e autoestima.

A violência verbal, física e até sexual enfrentada por essas mulheres pode causar traumas psicológicos profundos, como ansiedade, transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) e outras condições de saúde mental. A discriminação em diversos aspectos da vida cotidiana colabora para um sentimento persistente de desamparo e desesperança. A hostilidade e o preconceito enfrentados no meio social podem muitas vezes fazer a mulher questionar seu lugar no mundo, deixando-a desanimada em relação ao futuro, o que muitas vezes resulta em uma saúde mental e emocional fragilizada.

Apesar das adversidades, muitas mulheres encontram maneiras de se conectar com comunidades solidárias. Elas podem procurar grupos de apoio locais ou online, onde podem encontrar outras mulheres que compartilham experiências semelhantes e oferecem apoio mútuo. Podem também buscar apoio emocional e terapêutico, onde poderão explorar seus sentimentos, desafios e aspirações de forma segura e confidencial. Na terapia, terão um espaço acolhedor para expressar suas preocupações, lidar com questões emocionais e desenvolver estratégias para fortalecer sua autoestima e autoaceitação.

Desafiando estereótipos, rejeitando o preconceito e celebrando suas identidades únicas, as mulheres lésbicas inspiram não apenas umas às outras, mas toda a sociedade a construir um mundo mais inclusivo e acolhedor para todos. Convidamos todas as mulheres a se unirem em solidariedade e empoderamento! Vamos compartilhar nossas histórias, apoiar umas às outras e lutar por um mundo onde todas as formas de amor sejam celebradas e respeitadas. Vamos defender a igualdade e a justiça, desafiando o preconceito e promovendo a aceitação. Juntas, somos mais fortes!

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Texto da Colunista e Psicóloga Emanuelle Sabonaro